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Existe uma lição bastante antiga sobre o Direito e a Justiça que, até os nossos dias, é bastante exemplar e didática. Disse, há 1700 anos, no longínquo século III da era cristã, o jurisconsulto romano Ulpiano que viver conforme o direito, ser justo, consiste em: Viver honestamente; reconhecer a cada um o que é de cada um; e não causal nenhum mal a ninguém.
Contrariar cada uma dessas três prescrições de Ulpiano, portanto, é uma #violência. Assim, aquele que comete um crime comete esses três atos de violência. O crime é, nesse sentido, a expressão mais injusta de todas as expressões de injustiça.
Deixando de lado os crimes acidentais, quando falamos de um criminoso, falamos de alguém que, em primeiro lugar, nega-se a viver honestamente. E, se uma vista honesta exige em respeitar posses e propriedades dos outros, bem como a integridade física e moral de todos, o criminoso é aquele que, sem meios para alcançar posses ou ser respeitado no seio social, toma, à força, aquilo que outro conquistou ou, ferindo-o, tira a sua paz.
Em um Estado Democrático de Direito, no âmbito do qual se prega que a soberania do poder é popular, onde cada cidadão, por mais diversos que sejam um do outro, tem poder decisório e goza de igualde jurídica, no qual o Poder Público deve zelar pela vida digna de todos, é imprescindível que a educação seja universal e de qualidade. Caso contrário, a incapacidade de pensar de maneira ética e a falta de perspectiva profissional futura a proporcionar meios para se conquistar conforto material e respeitabilidade serão fatores determinantes, para a maioria daqueles alijados dessa educação (especialmente quando inseridos na dinâmica das redes sociais nas quais comparam as conquistas e bens alheios), para o ingresso na #criminalidade.
No Brasil, a #educação é, de fato universal. Portanto, o que falta para que ela seja, efetivamente, de qualidade e, assim, ser um paradigma mais sedutor que a ostentação dos criminosos, aqueles de fuzil na mão ou de colarinho branco, que servem de modelo, infelizmente, para centenas de milhares de crianças e jovens no Brasil?
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